Fausto Daniel e Gabriel Guilherme
Nas últimas décadas as motocicletas tem tomado conta das ruas das grandes e pequenas cidades do Brasil. O motivo é simples: elas conseguem transportar mercadorias, documentos, encomendas com mais eficiência que outros meios de transporte, em alguns casos.
Uma vantagem das motos sobre os veículos de quatro rodas é que elas consomem uma quantidade de combustível significativamente menor. Enquanto um carro de passeio consegue uma autonomia em torno de 14 km com um litro de gasolina, uma moto chega a rodar 40 km com a mesma quantidade.
As motocicletas também apresentam um formato estreito, que lhes permitem passar tranquilamente no corredor de um congestionamento com centenas de carros parados. As vantagens não param por aqui. As motos também economizam nas viagens intermunicipais ou estaduais quando a questão é pedágio já que não é cobrada a taxa na maioria das praças.
Por outro lado existe o elevado número de acidentes em que eles se envolvem. Por se tratar de um veículo que depende do equilíbrio do seu condutor, e ser bem mais vulnerável em termos de proteção para seus ocupantes que um veículo convencional, as motos elevam o número de vítimas fatais no transito. O balanço de 2010 aponta, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que a cidade de São Paulo registrou 478 mortes naquele ano. Os números da CET também indicam que houve um aumento de 46% nas ocorrências envolvendo motos de 2005 a 2010.
Na prática:
O entregador André Milan, presta serviços para duas lojas de autopeças e uma loja de produtos agropecuários durante o dia e, durante a noite, faz entregas para uma pizzaria. São 450 km redados por semana, em média. Há três anos nessa rotina, André aponta os caminhos para não se envolver em acidentes: “Nunca bati... nunca! Basta obedecer ao limite de velocidade e ser atento ao que os outros motoristas fazem para evitar acidentes. Nem sempre funciona, pode ser que um dia aconteça, mas ajuda bem”. André percorre tanto perímetro urbano quanto rural sobre sua moto de 150 cilindradas (modelo mais usado para esse tipo de trabalho). Ele aponta o volume das cargas, no caso das auto das autopeças, como o fator que mais impõe risco a quem exerce a profissão.
João Paulo chagas (46) trabalha no ramo há seis anos, e ao contrário de André conta que já sofreu acidente enquanto trabalhava. “Machuquei superficialmente e trinquei a costela. Estava em baixa velocidade”.
João Paulo é entregador de gás, um dos poucos registrados e que recebem insalubridade pelo trabalho exercido.
Um estudo realizado pela faculdade de medicina da USP diz que 45% dos casos de fratura de clavícula são causados por acidentes onde a vítima usava a moto como meio de transporte. O tempo médio de recuperação desses pacientes é de dois meses.
Nesse período a vítima fica sem trabalhar, o que pode significar um enorme problema financeiro caso não haja os benefícios do trabalho formal, como afastamento remunerado.
Afinal de contas, como qualquer outro meio de transporte, tem suas vantagens e desvantagens sobre os outros. Obedecendo ao que pede o CTB (Código de Transito Brasileiro) já é possível reduzir significativamente as possibilidades de se acidentar.
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