sexta-feira, 29 de junho de 2012

A Brincadeira Sem Graça


Andressa Araújo





Atualmente muito se fala no bullying, mais o que algumas pessoas não sabem, é que esse não é um problema de agora.
Estudos comprovam que em meados da década de 1980 já ocorriam casos do tipo, a diferença é que a maioria dos casos se mantinha isolados, sem o  devido conhecimento sobre o assunto , destaca o psicólogo Ricardo Picoli.
De alguns anos pra cá, a situação vem ganhando novos rumos, após a divulgação  de casos perversos como os assassinatos em Realengo no Rio de Janeiro em abril de 2011, como cita o advogado  Luis Camargo.
“Mais do que informações sensacionalistas em busca de uma audiência invejável, é preciso ficar atento aos primeiros sinais de uma criança que esteja  sofrendo essa agressão psicológica, física ou ambos” afirma.
Para Camargo ,muitos fatores dificultam a identificação dos casos , já que os traços de personalidade aflorados na adolescência como a impaciência repentina e dificuldade de concentração mas podem estar mascarando problemas mais graves, é preciso estar atento a essas diferenças, diz Ricardo Picoli.
Ainda de acordo com Picoli é importante que a família não julgue o acontecido, mais sim dê apoio, já que a vítima está sensibilizada,ouvir o que a pessoa tem a dizer faz toda a diferença.
 Para a aluna Ana Moura falta empenho e bom senso dos professores e coordenadores na identificação dos casos, em busca de uma convivência saudável entre os alunos, para que possam desenvolver com excelência as atividades acadêmicas e o pleno desenvolvimento psicossocial, destaca.
 Ana ainda afirma, que o  alvo predileto dos agressores são pessoas estudiosas, calmas e aparentemente inofensivas.
Camargo enfatiza que no caso dos meninos a maior incidência se dá entre garotos baixos e magrinhos. Já com as meninas o cunho é mais emocional como divulgação de fotos montagens, fofocas e isolamento dos grupos de trabalho. A internet se torna grande aliada, com o rackeamento de contas de e-mail, redes sociais e Msn, causando transtornos.
Luiz Camargo observa, que os tidos como diferentes também são visados como os negros, judeus, gordos, aqueles que usam óculos e aparelhos nos dentes, tem alguma necessidade especial como cadeirantes, cegos, disléxicos e também aqueles com transtorno psiquiátrico, são iscas fáceis para serem algo de gozações, finaliza.
Ana, que sofreu bullying durante toda infância relata que a vítima se sente fragilizada e sem saída, como se fosse culpada  e portanto merece todo esse sofrimento.
No entanto, já no século XXI, a situação vem se  mostrando bem menos sombria. “Hoje, o contexto vem ganhando novas formas, a dificuldade ainda existe, mas como o assunto vem sendo discutido entre diversos tipos de profissionais, seja na televisão, internet, jornais, as pessoas conscientemente estão ficando mais preparadas para lidar com  o bullying   e suas consequências nas esferas tanto social como jurídica”, afirma Camargo. 
O advogado explica que de acordo com a constituição, a vítima lesada quando não há acordo amigável com a instituição de ensino pode entrar com processo judicial contra a escola e o agressor(es) por danos morais, calúnia e difamação além do pagamento do tratamento se necessário.
No caso dos menores de idade, os pais são os únicos responsáveis pelo pagamento e mesmo se estes forem separados, no caso de falta de respaldo financeiro da mãe, cabe ao pai se responsabilizar pelos trâmites do processo e seus resultados.
O fato existe para ser explorado, é de extrema importância que as pessoas denunciem e não se deixem levar pela apatia ou ignorância sobre o bullying, mas também é preciso diferenciar uma simples brincadeira isolada e sem segundas intenções de atitudes repetitivas e sem motivo aparente  
Para finalizar, o picólogo Ricardo Picoli relata que nem todas as pessoas que sofreram este tipo de problema necessitam de acompanhamento psicológico,  “só em casos mais extremos como  apatia extrema e perda da vontade de estudar por exemplo”.

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